sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011 - 10º ANO

Em janeiro de 2011, a Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia comemoraria a sua primeira década de existência. O tema escolhido especialmente para este momento foi O Canto e o Encanto de uma Estrela. Este tema teve por intenção, render homenagens à cantora, arranjadora, compositora e maestrina do próprio Bloco, Dalva Torres, pelos seus contributos em defesa da cultura pernambucana, em particular, e da música popular brasileira, em geral.



O seguinte Video promocional contendo um resumo da trajetória artística da homenageada Dalva Torres foi preparado especialmente para a ocasião.



Também foi integrada nas festividades a música Carta sobre uma Estrela, composta por João Araújo e pelo músico, violonista, arranjador e maestro Ewerton Brandão (mais conhecido por Bozó do Sete Cordas).

Carta sobre uma Estrela
João Araújo e Ewerton Brandão (Bozó)

A sua voz Moreno viu nascer
E no Recife ela desabrochou
As sete flores raras de um buquê…
Os sete dons de um Sabiá-cantor…

Luar-maestro, o seu fiel mentor,
A Noite, irmã de toda inspiração,
Pelas serestas faz brotar o ardor
De choros, blocos e superação…

Manta Alva de amores
Cobre os nossos corações
Com tão suaves canções
Que a tua aura conduz

Canta, encanta Dalva Torres
És uma estrela entre nós
Tão sublimada e feroz
Voz brasileira de luz…




A dupla de compositores João Araújo e Bozó também elaboraram um segundo frevo-de-bloco, intitulado Trinados de Amor, para integrar as festividades da primeira década da agremiação. A canção foi dedicada a Rute Farias, presidente da Trupe Lírico Musical Um Bloco em Poesia que, ao lado de Dalva Torres tanto fez e faz para erguer a bandeira dos Blocos Líricos. A letra desta composição descreve o espírito de fraternidade que move todos aqueles que lutam pelos Blocos Líricos e, um detalhe na sua estrutura é que as iniciais dos seus versos formam um anagrama com o nome da presidente do bloco, seguido pela palavra "poesia".

                                                            Trinados de Amor 
                                                            João Araújo e Ewerton Brandão (Bozó) 

                                                            Recife, de glória, aquece…
                                                            Um Bloco em Poesia,
                                                            Tributos, nas ruas, tece
                                                            Em meio ao olhar da Lua…

                                                            Recife, de cor, é festa…
                                                            Um Bloco em Poesia,
                                                            Trinados de amor empresta,
                                                            Encantos de luz, situa…

                                                            Poderemos ter fraternidade,
                                                            O bom da liberdade
                                                            E a aurora da emoção
                                                            Seremos o que o sonho humanidade
                                                            Importa da bondade,
                                                            Alegre compaixão




Além disso, os 10 Anos da agremiação não poderiam ser comemorados de melhor maneira senão com o lançamento de mais um inédito fonograma. Desta feita, o grupo gravou um novo CD, produzido pela LG Projetos & Produções Artísticas.



O conceito do CD, intitulado 10 Anos de Poesia, foi baseado na história trilhada pela agremiação durante a sua primeira década de vitoriosos carnavais. As músicas-tema ainda inéditas foram registradas com arranjos musicais primorosos e sob a entoação suave e precisa do coral do Bloco. O CD, que teve a produção musical de Dalva Torres e a produção executiva de Luiz Guimarães, contou com a participação especial de nomes como Luciano Magno, André Rio, Silvério Pessoa, Gustavo Travassos, Ed Carlos, Bruno Simpson e Renato Phaelante. Além do gênero frevo-de-bloco, o CD também conta com um Caboclinho, dois frevos-canção, uma pequena peça musical (a composição Movimento Armorial, que é constituída por três movimentos) e a declamação de um poema escrito em décimas. Segue o repertório em detalhe:

Repertório:

01 - A MAGIA DOS ETERNOS CARNAVAIS (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
02 - RUAS, BLOCOS E CANÇÕES (João Araújo / Luciano Magno) André Rio e Coral um Bloco em Poesia
03 - MONUMENTO ARMORIAL (João Araújo / Adalberto Cavalcanti) Coral um Bloco em Poesia
04 - JARDIM DAS PASSARELAS (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
05 - MOTO CONTÍNUO (João Araújo / Luciano Magno) Gustavo Travasso e Coral um Bloco em Poesia
06 - RETALHOS DE UM BLOCO (João Araújo / Evane Sarmento) Coral um Bloco em Poesia
07 - ALÔ, ALÔ RECIFE (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
08 - ESTANDARTE POESIA (João Araújo / Adalberto Cavalcanti) Coral um Bloco em Poesia
09 - FREVO E PAIXÃO (Luiz Guimarães) Bruno Simpson
10 - FUNDAMENTOS DA SAUDADE (João Araújo / Dalva Torres) Dalva Torres
11 - A LUZ DOS BLOCOS (João Araújo / Luciano Magno) Luciano Magno e Coral um Bloco em Poesia
12 - BRINCANTES DO CAVALO MARINHO (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
13 - RAÍZES DO CINEMA NACIONAL (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
14 - MEU FREVO (João Araújo / Samuel Valente) Silvério Pessoa
15 - SENHORA DAS ÁGUAS (João Araújo / Dalva Torres) Ed Carlos e Banda Sinfônica do Recife
16 - DÉCIMA DO FREVO (João Araújo) Renato Phaelante

2010 - 9º ANO


Em 2010, as saudações do Bloco foram direcionadas ao poeta e compositor Romero Amorim. No Recife, dentre várias das suas composições, Romero Amorim ficou conhecido como o "Poeta da Aurora", devido à composição Aurora de Amor que fez em parceria com Maurício Cavalcanti. Esta música canta e conta uma história de amor decorrida na Rua da Aurora (no Centro do Recife) situada às margens do rio Capibaribe.

Romero emprestou sua verve poética para o frevo pernambucano e criou belíssimas letras, especialmente aquelas que ganharam asas ao serem entoadas nas vozes dos corais dos Blocos Líricos. A sua profundidade, enquanto poeta, serviu para dar uma roupagem mais refinada à parte literária do frevo-de-bloco. Assim, aquele homem que foi um inspirado poeta, ao dialogar com o frevo, transformava-se, não num compositor, como ele mesmo chegou a referir, mas sim num "poeta musical".




Motivados por essa história, os dirigentes do Um Bloco em Poesia escolhem como tema para o carnaval daquele ano A Aurora, o Rio e a Poesia. Além disso, o poeta João Araújo compôs o frevo-de-bloco Carta para Romero Amorim cuja letra faz referências a algumas obras do homenageado.

Carta para Romero Amorim
João Araújo

Lisboa, agosto de dois mil encantos
Caro Romero, como vai a Aurora?
E a filigrana de lirismo e canto
Que a tua lira desenhou na história?

Quando encontrares nosso rio amado
Diz que a minha fé jamais se entrega
Que o meu peito é um frevo sincopado
Que todo cais é um clarim de pedra

Eu gostaria, meu poeta amigo
Que o meu regresso fosse luz e graça
De imperador eu estaria contigo
A navegar tua redonda barcaça

Quando o percurso do oceano, findo
Dispararia forte o meu coração
Avistaria Olinda em flor sorrindo
Declamaria Recifloração...


A música não foi gravada oficialmente em CD, permanecendo inédita até o ano de 2013, quando  foi inscrita e classificada no Festival do Frevo da Humanidade, promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife. Neste evento, a composição recebeu o prêmio de Melhor Intérprete, ao ser defendida através da voz da cantora Dalva Torres. Segue abaixo um video com tal apresentação, decorrida no Parque Dona Lindu, na Avenida Boa Viagem, Recife, Pernambuco.



Abaixo, modelo das fantasias feminina e masculina.



2009 - 8º ANO


Em 2009, as homenagens foram prestadas ao Coral Edgard Moraes (ver Blog Oficial do Coral aqui) pelos seus 20 anos de brilhante atuação na poesia carnavalesca pernambucana. Também foi composta uma música especialmente para o evento com o título Poema ao Coral Edgard Moraes, de autoria de João Araújo. As atuações das vozes do Coral Edgard Moraes pelos palcos da cidade fazem pensar na força e delicadeza, na garra e suavidade, na meiguice das pétalas de uma flor e na dureza da superfície de um arrecife, enfim, qualidades estas antagônicas mas que se mostram complementares no povo nordestino

Poema ao Coral Edgard Moraes
João Araújo

São as vozes da Aurora e do entardecer
São as vozes que agora me fazem sonhar
Elas são o canto das aves que estão por nascer
Meu verso ansioso em poder voar

São a alegria do peito a se desprender
São melodias incríveis do sangue a jorrar
Elas são a flor... o arrecife brincando de ser
Sinfonias de frevo, meu bloco a desfilar

Esse espanto de amor
Esse encanto feroz
Essa chama atroz
Que arrepia ao cantar

Nosso canto de luz
Nosso pranto na voz
Força que em todos nós
Se traduz em luar




Naquele ano, o tema escolhido para o desfile carnavalesco do grupo foi buscar o seu elã na Sétima Arte. Assim, o artista plástico Francisco Câmara desenvolveu os adereços e fantasias da agremiação inspirado no tema Fascinação e Glamour da Sétima Arte.






Uma segunda composição foi elaborada por João Araújo e Dalva Torres, de forma a trazer à tona, desta vez, a memória do cinema nacional através de nomes como os de Oscarito, Grande Otelo e Carmem Miranda que tanto sucesso fizeram entre os brasileiros sob a marca, por exemplo, de mundos imaginários como o da Atlântida.

Raízes do Cinema Nacional 
João Araújo & Dalva Torres 

Queria ser Oscarito, 
Carmem Miranda com seus balangandãs, 
Lá na Atlântida um mundo mais bonito 
Crescia rico como o brilho das manhãs 

Depois, na tela, Grande Otelo, 
Macunaíma preguiçoso trapalhão, 
Fez da risada o seu castelo 
Pra nossa eterna diversão 

Vou de Teatro de Revista, 
Vedete, Chanchada e Musical, 
Quem não tem sonho, então assista 
(O nosso Cinema Nacional) 
(O filme do nosso Carnaval)

2008 - 7º ANO


No carnaval de 2008, o Bloco homenageou o compositor Getúlio Cavalcanti que constitui uma das maiores expressões do cancioneiro carnavalesco de Pernambuco, autor de frevos memoráveis tais como Bom Sebastião e Último Regresso.





O tema escolhido para as festividades foi A Magia dos Eternos Carnavais, que também foi acompanhado por uma composição de João Araújo e Dalva Torres, com o mesmo título. A ideia da letra foi realizar um passeio nostálgico por alguns dos símbolos e brincadeiras que marcaram os foliões carnavalescos de todas as épocas. Assim, por exemplo, são recordados os desfiles dos Corsos, as Marchinhas de Piano que eram tocadas nos Bairros do Recife de antigamente, os banhos de florais, as guerras e lançamentos de jetons. A música tem o seu desfecho, invocando os frevos do homenageado, Getúlio Cavalcanti, expressando assim a convicção de que este compositor também já se tornou, para os foliões pernambucanos, um símbolo eterno e imprescindível do carnaval.


A Magia dos Eternos Carnavais
João Araújo & Dalva Torres

Um Bloco em Poesia
Me fez viver a magia
Dos eternos carnavais

Herdei a fantasia
De pierrot, Colombina,
Arlequim e outras mais

Fiz chover confetes e serpentinas,
Iluminei de purpurina o salão,
Andei de corso e até dei de buzina
Um adeusinho para alguém na multidão

Dancei marchinhas de piano, fiz gracejo,
Joguei jetons, banho charmoso de florais,
E nessa paz amante, eu tive um desejo:
- Getúlio, cante os frevos imortais!



2007 - 6º ANO

No carnaval centenário de 2007 (pois naquele ano o gênero musical Frevo comemoraria 100 anos) as reverências da Trupe Lírico Musical Um Bloco em Poesia foram dirigidas ao múltiplo artista Antônio Carlos Nóbrega. O tema sugestivo para aquele momento ímpar foi Brincantes do Cavalo Marinho




Os motivos trazidos do Cavalo Marinho por Francisco Câmara, ajudaram a criar fantasias chamativas e diferenciadas. Novos adereços, como o espelho, a pandeireta e as fitas coloridas foram bem representativos daquele folguedo. As cabeças, tanto a feminina, quanto a masculina, destacaram-se e renderam as atenções pelas ruas.  


Um frevo-de-bloco com o mesmo título-tema foi composto por João Araújo e Dalva Torres. A concepção da letra da música pretendeu descrever flashes das encenações que o Cavalo Marinho promove, sob o comando dos silvos do apito do Mestre e a representação das demais personagens que compõem o folguedo, no varar das madrugadas nordestinas.

Brincantes do Cavalo Marinho
João Araújo & Dalva Torres

Soou o apito agora
Está na hora
De mudar a encenação
Nesse teatro popular em ação
Apita o Mestre, Senhor Capitão...

E chama essa gente querida à brincar
Que a vida é a semente, do povo, a união,
Que a voz é uma lança e o som, um luar,
Meu sangue é uma dança, meu verso, um brasão


Soou o apito agora
Está na hora
De mudar a encenação
De Catirina ou rabeca na mão,
Encanta a menina, Mateus, Bastião,

“Tirando” na sorte, eu faço sorrir
Recebo aplausos na improvisação
De boi ou soldado, eu vou me vestir...
Acerto no alvo com a evolução


Soou o apito agora
Está na hora
De mudar a encenação
Seja no palco ou seja no chão,
O que importa é sorrir com toda paixão

No teatro da vida, meu sonho festeiro,
Brilhando no espelho, de fita coral,
Eu sou um brincante pro ano inteiro
Sou dama ou galante pro meu carnaval



Também integrando-se na agenda do Um Bloco em Poesia para o carnaval de 2007, foi lançado o livro 100 Anos de Frevo - uma viagem nostálgica com os mestres das evocações carnavalescas de autoria de João Araújo, Margarida Pereira e Maria José Gomes. A obra, editada pela Editora Baraúna, reuniu 150 pequenas biografias de poetas-compositores que defenderam e defendem a música carnavalesca de todos os tempos.


2006 - 5º ANO


Em 2006, a Rádio pernambucana foi quem recebeu os tributos e aplausos pelas ruas, palcos e salões do Recife. Para tanto, foram convidados radialistas ligados às manifestações culturais pernambucanas, que por vários anos se dedicam à produção de programas em defesa das raízes folclóricas, dos folguedos, da história da cultura popular nordestina e, particularmente, do gênero Frevo: Miriam Leite, Hugo Martins, Renato Phaelante e Ivan Ferraz.


Impulsionado por toda a riqueza temática que a história do Rádio brasileiro fornece, Francisco Câmara criou a fantasia feminina, baseado nas cantoras do Rádio e das vedetes do Teatro de Revista, que durante largos anos foram os heróis dos ouvintes brasileiros. Assim também, a fantasia masculina fez recordar os músicos que acompanhavam as vozes radiofônicas da época, conhecida como a velha guarda.




Uma música foi composta especialmente por João Araújo e Dalva Torres para ilustrar as festividades. A letra da música, intitulada Alô, Alô Recife, contém citações de vários programas de Rádio, que se dedicam à divulgação do Frevo. Algumas dessas citações referem-se a programas criados e apresentados pelos próprios homenageados daquele ano.

Alô, Alô Recife
João Araújo & Dalva Torres


Alô, Alô, Alô Recife,
Um Bloco fala em poesia pra você
Notícias frescas sobre o brilho dessa gente
Alegremente desfilando pra te ver

Alô, Pastora iluminada,
A madrugada aguarda evoluções
Os corações aguardam tua chegada
Sintonizada na aurora das canções

Quero ouvir a folia:
O Bloco está na Rua,
Hoje O Tema é Frevo
E eu devo entrar na sua

Quero sentir a alegria:
Que sempre Deus me deu
Carnaval Dois mil e Sempre
Pernambuco você é Meu !


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2005 - 4º ANO


Dando continuidade ao projeto lançado no ano anterior, a Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia, em 2005, resolve homenagear o Teatro Pernambucano. Para tal, escolhe os nomes de personalidades que  muito contribuíram através das suas íntimas ligações culturais com o Teatro: Reinaldo Oliveira, Lêda Alves e Aldemar Paiva






Inspirando-se no teatro mambembe italiano, o tema escolhido para os festejos momescos foi A Commedia dell'Arte na Terra do Frevo. Tal temática foi desenvolvida pelo artista plástico Francisco Câmara, que deu às fantasias dos integrantes do Bloco, uma leveza e alegria pontuadas pelos adereços em forma de sombrinha do frevo.





Após o percurso do desfile ser cumprido, da Casa da Cultura até o Palco do Marco Zero, os homenageados Reinaldo Oliveira, Lêda Alves e Aldemar Paiva receberam os respectivos troféus, ao som das mais alegres marchas entoadas pelo coral e orquestra do Bloco. 




Ainda no início daquele mesmo ano, foi publicada a obra A Commedia dell'Arte no Lirismo do Carnaval de Pernambuco de autoria de João Araújo. O livro resultou de uma monografia escrita para o Curso de Especialização em Literatura Brasileira, concluída na Universidade Federal de Pernambuco. O objeto de análise do livro foi a presença das três principais personagens da Comédia Italiana, isto é, o Pierrô, a Colombina e o Arlequim, em letras de frevos-de-bloco.




domingo, 25 de dezembro de 2011

2004 - 3º ANO


O ano de 2004 pode ser considerado um "divisor de águas" na programação da Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia. A partir deste ano, inicia-se uma nova fase, onde o grupo resolve pôr em prática um projeto inusitado: homenagear, durante as suas apresentações e desfiles pelas ruas do Recife Antigo, personalidades da cultura pernambucana, em geral, e poetas e escritores, em particular.

Para tal, abre as festividades do ano de 2004, homenageando esse importante representante da cultura brasileira: o Mestre Ariano Vilar Suassuna. O tema escolhido para ilustrar as comemorações daquele ano foi Poesia, uma Mulher vestida de Sol (inspirado na obra Uma Mulher vestida de Sol de Ariano Suassuna, publicada em 1947). A fantasia foi elaborada pela estilista Xuruca Pacheco e recebeu um tom rústico e diferenciado, bem ao estilo armorial da obra de Ariano Suassuna. Além disso, os compositores João Araújo e Adalberto Cavalcanti elaboraram uma música especialmente para o evento, intitulada Monumento Armorial. Esta composição é dividida em três movimentos: excelência, maracatu e frevo-de-bloco. 

Monumento Armorial
João Araújo e Adalberto Cavalcanti

(Andamento: Inselência)
- Meu Império:
Os meus Sertões...
Guerreiro meu:
O Cantador...

- Meu Cajado:
Os meus Brasões...
A minha Fé:
Meu Grão Senhor...

(Andamento: Maracatu)
- Sou Monarca de Taperoá,
Cavaleiro vestindo Gibão...
Vou no Verbo da Pedra do Reino,
Na Cantiga da Povoação
Vou no Verbo da Pedra do Reino,
Na Cantiga da Povoação

(Andamento: Frevo-de-Bloco)
No reluzir da Lança e do Escudo,
Eu ergo tudo à Pena, minha Lei,
Num bravo Gavião Real traquino
Desde menino, flutuo como um Rei

Canto fogoso entre o Ouro e o Pó,
Meu Deus é Fogo a Brasa do Sertão...
Reúno então as armas desse jogo
O Fabuloso, o sonho, a encenação

E Ilumino o Verso com minha gravura...
Profetizo a Vida com o meu cantar...
E decifro meu Brasil Medieval
Realizando com bravura
O Monumento Armorial...


A orquestra e os componentes ensaiaram a música e no grande dia do desfile (segunda-feira de carnaval), o grupo desfilou e recebeu o poeta e escritor Ariano Suassuna no Palco do Marco Zero.





A homenagem assim estava consagrada com a participação efetiva do homenageado, que cantou e festejou junto com o Bloco e recebeu os aplausos do público presente.




2003 - 2º ANO


Os meses que antecederam o carnaval de 2003 foram marcados por uma profícua produção fonográfica: o grupo participou ativamente da produção de 3 Discos Compactos. Logo após o carnaval de 2002, o regente da orquestra do Bloco, Adalberto Cavalcanti, decide gravar o CD Inspirações, onde reuniu várias de suas obras como compositor de choros, valsas e frevos-de-rua, realizando um belo CD de música instrumental.

Ainda no segundo semestre do ano de 2002, alguns integrantes do Bloco foram convidados para gravar um CD onde os frevos-de-rua, comumente executados por orquestras de metais, seriam executados puramente por instrumentos de cordas. Assim nasceu mais um CD intitulado Cordas para o Frevo (um projeto idealizado por Felipe Cabral de Melo, no qual participaram Adalberto Cavalcanti, Bozó, João Araújo e Xaruto, dentre outros).

Além disso, para o carnaval de 2003, o grupo gravou mais um CD intitulado Pernambucarnaval - uma viagem pelos ritmos do carnaval de Pernambuco, ousando desta vez não ficar apenas restrito ao frevo-de-bloco, mas investir em vários outros ritmos carnavalescos (samba-enredo, maracatu de baque solto e baque virado, boi-de-carnaval, caboclinho, urso, frevo-de-rua, frevo-canção). Este projeto foi realizado através de uma parceria entre Um Bloco em Poesia e a Produtora Mangaba Produtos (à frente do projeto do CD Pernambucarnaval estiveram Walmir Chagas, João Araújo e Xaruto).




No que diz respeito à temática da fantasia para o carnaval de 2003, o Bloco voltou-se para o símbolo maior do carnaval pernambucano: a sombrinha. Hoje, mais que um ponto de equilíbrio ao passista, a sombrinha representa o que há de mais lúdico na dança do frevo. As fantasias e adereços foram criados pelo artista plástico Evandro Viana, que se inspirou, portanto, em sutis motivos da sombrinha do frevo.


2002 - 1º ANO


A primeira saída efetiva da Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia aconteceu na segunda-feira do carnaval de 2002, onde cumpriu um itinerário iniciado na Casa da Cultura, seguindo pelas margens do rio Capibaribe em direção à Avenida Guararapes, depois dobrando no sentido da Pracinha do Diário, passando pelo famoso Bar Gambrinus rumo ao Recife Antigo e finalizando a sua apresentação no palco do Arsenal da Marinha. O tema para o carnaval de 2002 foi Colombinas e Pierrôs e a fantasia foi criada por Suely Ramalho.

A partir deste ano, portanto, Um Bloco em Poesia viria integrar oficialmente o Encontro dos Blocos Líricos do Recife, evento este promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife, tanto aguardado pelos foliões e decorrido sempre na segunda-feira de carnaval.





2001 - ANO ZERO


A Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia surgiu no dia 1º de janeiro de 2001 com o lançamento do CD Um Bloco em Poesia. O nascimento da agremiação foi bastante singular, diferente do tradicional, já que todo um cancioneiro inédito, adequado ao gênero, estaria pronto e gravado antes mesmo do próprio Bloco ser  fundado. Este projeto fonográfico é composto de 13 frevos-de-bloco em louvor ao carnaval  pernambucano. A autoria das músicas são de Adalberto Cavalcanti, João Araújo, Aldemar Paiva, Heleno Ramalho, Fátima de Castro e Dalva Torres. 


O CD contou com a participação de artistas  regionais como Walmir Chagas, Dalva  Torres, Bubuska, Gustavo Travassos, integrantes do Coral Edgar Moraes, Xaruto, Francisco Fidelis, Alberto Guimarães, Bila, Valdemir, Ana Rios e outros. 

Durante o ano de 2001, o grupo apresentou-se  em palcos diversificados da cidade, preparando-se  para a sua primeira saída efetiva pelas ruas do Recife. Tal evento veio acontecer na segunda-feira do carnaval  de 2002.